sexta-feira, outubro 30, 2009

Bem Vindo, Bruno Senna!


Aí está ele. Bruno Senna na F-1! Poucos pilotos tiveram tão pouco tempo de automobilismo até chegar na principal categoria do automobilismo mundial. O Nome ajuda, claro, mas o que ele fez até aqui e o tanto quanto evoluiu desde 2004, quando começou a competir, é impressionate e nos coloca diante de uma nova estirpe de pilotos.

Estávamos acostumados a ver pilotos talentosos que mostravam sua capacidade nas categorias de base. E naqueles resultados baseávamos previsões mirabolantes de novos Fittipaldis, Piquets e Sennas. Prevíamos e, cruéis, cobrávamos! Nem preciso dizer que por melhor formados que fossem, esses talentos todos ficaram pelo caminho nos mostrando na prática que pra se fazer um campeão é preciso muito mais que talento. Ou vai dizer que Cristiano da Matta não teria condições de estar até agora na F-1, pra ficar só num exemplo?

Pois bem, essa nova fase, com mais conhecimento e repertório de automobilismo entre os fãs, nós, podemos ver que um piloto também se constroe. O exemplo maior é Felipe Massa. Talento ele sempre teve. Mas o que esse piloto evolui à cada desafio é impressionante. De veloz e errático até ser o primeiro piloto da Ferrari, vimos o quanto ele melhorou como piloto e como pessoa a ponto de ser incontestável estrela da categoria. Aprendeu com Shumacher, sim, mas impôs seu estilo na equipe italiana.

Falo de Massa pra voltar a falar de Bruno Senna. Acredito que o Bruno tenha a mesma capacidade de aprendizado, também é inteligente e tem personalidade pra atuar de forma decisiva no ambiente da equipe onde estiver. Vê-lo confirmado na F-1 é uma boa notícia. Agora na F-1 não precisamos mais esperar talento nato e imediato no melhor estilo de nossos campeões do passado. Vamos apreciar atletas profissionais evoluindo à cada prova, à cada campeonato. Vamos poder até aprender com as declarações e histórias que vão contar no caminho dessa evolução. A diversão vai ficar ainda melhor. Bem Vindo, Bruno Senna!

domingo, outubro 25, 2009

Haga, que coisa...


Dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado. Duas corridas, duas chances. Experiência de sobra. Experiência de quem chegou na final do campeonato não apenas liderando mas contando com a equipe mais estruturada e com mais chances de ser, inclusive, campeã entre os fabricantes.
Mais que isso, Noriuki haga chegou na etapa final do campeonato da Super Bike, na pista de Portimão em Portugal, para pegar o que a história havia lhe negado desde meados dos anos 90. Quatro vezes terceiro do mundial três vezes vice. Faltava o título.

Mas Haga caiu da moto na primeira bateria da corrida e deixou tudo muito fácil para o estreante do ano, Ben Spies. O norte americano venceu a primeira bateria e entrou na corrida final do ano com quinze pontos de vantagem sobre o japonês. E fez o que tinha de fazer. Largou na corrida só pra acompanhar Haga e ser campeão. Haga pilotou tímido na segunda prova. Estava batido e foi apenas o segundo colocado. Apagado. Mais apagado ainda subiu ao pódio pra aplaudir outro adversário que o venceu na pista. Expôs sua derrota do alto do pódio. Se fosse em outra época teria tido a garra de ao menos tentar vencer, atacar desde o início pra, ao menos encerrar o ano vencendo. Não foi assim.
Do alto do pódio, Haga que tanto batalhou no final do ano passado pra ir a Ducati pra vencer, finalmente o mundial, conseguiu apenas ajudar a equipe para o título de construtores.

Já o norte americano Spies confirmou todas as previsões sobre seu talento, apesar de demonstra também instabilidade durante a segunda bateria. Errou, quase caiu, mas com o quinto lugar é o campeão. Já comentei aqui tamanho do feito. Sem conhecer pistas, moto, equipe e até a lángua, Ben Spies demosntrou talento raro. Vai brilhar no MotoGp no ano que vem.

Motivação


Viva o campeão! Valentino Rossi, nove vezes campeão do mundo!!! Mas a corrida que definiu o título foi vencida por Casey Stoner

Em duas corridas, duas vitórias. Casey Stoner voltou a correr depois de um mês em tratamente e voltou com a corda toda. Com mais uma vitória, o título de número nove da carreira de Valentino Rossi vai ficar carimbado pelo australiano, campeão de 2007.
O caso de Stoner é estranho. Acabava as corridas desse jeito, acabado. Mal se sustentava em pé e precisava de ajuda pra ir ao pódio. Ou simplesmente desistia da corrida.
Na mesma época, depois da quinta corrida do ano, soube-se que a Ducati saia a cata de Jorge Lorenzo pra compor com Stoner uma equipe vencedora no ano de 2010. Até aí tudo bem, o problema é que ofereceram, dizem, algo em torno de sete milhões de euros para que o jovem espanho, bi-campeão das 250cc, pra trocar de equipe.
Ao saber disso, ainda segundo os pássaros que se aproximaram de mim, Stoner que ganha só um milhão e já tem um título, além de ser o único piloto que comprovadamente faz essa Ducati 800cc andar, teria ficado muito motivado a ficar desmotivado...doente, até.
Um mês parado. Nesse tempo a Ducati apostou tudo no norte-americano Nicky Hayden e nada de andar na frente...ficou esse tempo todo na sombra, sem dar retorno ao patrocinador. Que coisa ruim... A Ducati deve ter se arrependido por desmotivar Stoner. Nesse meio tempo nenhuma mudança técnica na moto. Nada. Eis que o garoto Stoner volta recuperado depois do descanso e vence duas seguidas.
Teoria da conspiração á parte, a verdade é que a Ducati só anda mesmo na mão do australiano e se eles trouxessem o Lorenzo por toda essa grana, não teria mesmo clima pra Stoner ficar por alí dando sangue e vitórias à equipe italiana.
Mas entre gastar mais pra trazer outro suposto gênio (Lorenzo é rápido, sim mas a Yamaha é bem melhor que a concorrência),ou ainda fazer uma moto que ande na mão dos normais que estariam a disposição da equipe, é preferível aumentar o salário do garoto que resolve, e merece alguma graninha a mais.
Duas corridas, duas vitórias. Em casa em pista seca e na Malásia debaixo de chuva. Alguém duvida do Stoner?

terça-feira, outubro 20, 2009

Quatro corridas

No Sportv Rubens Barrichello declarou que seu contrato com a Brawn GP,desde o início do ano era de risco. Quatro corridas e, se aparecer alguem pagando bem ou os resultados não forem bons, tchau!
Era pegar ou largar, era a única chance. E Rubens acreditou no que ele poderia fazer com essa penquena possibilidade de sucesso. Olhar o que poderia dar errado nessa hora é titubear, e não acreditar, é lamentar a falta de uma chance verdadeira. Principalmente pelo histórico que ele tinha de serviços prestados a própria equipe e a categoria.
Acreditou e trabalhou pra fazer o melhor. O time todo o agradeceu no dia 18 de outubro depois das conquistas. "Rubens did a great job during the whole seasson", me disse Ross Brawn no sábado a noite na entrevista coletiva programada pela Cervejaria Petrópolis, dona das marcas Itaipava e TNT.
Sim, Rubens fez um grande trabalho ao longo da temporada e não foi apenas nas corridas, mas no ambiente do time e no desenvolvimento do carro. O que ele tiver agora de retorno, no seu próximo contrato, onde quer que seja, vai recompensar a confiança na própria capacidade e a motivação que tem pra se manter fazendo o que ama, no mais alto nível.
Quatro corridas que Rubens transformou em pelo menos mais dois anos na principal categoria do automobilismo mundial.
Mas ficam ainda algumas perguntas: Como se mantem a motivação numa profissão onde o que vale são as vitórias e os títulos? Como manter a motivação vivendo num país onde muitos criticam e zombam dele pela falta de resultados? Como amar um esporte onde mais perde que se ganha e onde tudo que se diz é documentado ou até inventado? Voce teria motivação pra seguir nesse meio se já tivesse mais dinheiro do que precisa?

O Campeão

O Campeão

Ross Brawn estava emocionado. A ultima volta da prova de Interlagos foi quase um alivio para o inglës que viu seus carros chegarem apenas em quinto e oitavo lugares na prova, mas com pontos suficientes para trazer pra casa dois título de campeão. Dos contrutores e de pilotos.
Devagar Ross Brawn desceu do pit wall e caminhou para a equipe que o esperava. Olhos marejados, foi abraçado por seus colaboradores.
Há oito meses o carro que ele projetou foi pela primeira vez para a pista e logo de cara impressionou. Um dos mais velozes nos treinos coletivos, com a carenagem toda branca, e pilotoado por dois pilotos desacreditados, a maioria correu em dizer que era só pra impressionar, que na verdade os carros da recém criada Brawn GP só estavam querendo atrair patrocinadores. trataram como piada o desempenho da estréia. até que vieram as vitórias. Seis em sete corridas.
Neste 18 de outubro de 2009 ao descer do pit wall pra comemorar de forma comedida com sua equipe, ele provava que todos os cálculos e economias feitos durante a transição de Honda para BrawnGP compensaram cada noite mal dormida. Campeão Mundial agora com um time enxuto, pouco dinheiro e mais que tudo um time que ele montou com o que restou da milionária Honda. Depois de seus títulos com Beneton e Ferrari ninguém duvidava de sua capacidade como projetista nem como estrategista, mas como dono de equipe suas capacidades foram testadas em cada uma das dificuldades que enfrentou. Politicamente teve força pra manter suas soluções aerodinamicas. Economicamente negociou com a Honda que manteve os investimentos e ainda manteve a verba que a FOM deveria repassar a uma equipe que não existia mais. Nos recursos humanos acolheu dois pilotos que estavam desacreditados e atraiu técnicos para a equipe mais com seu carisma que com altos salários. O apoio da Mercedes apareceu na hora certa mas os cálculos necessários para reprojetar o carro que teria motor Honda foram muitos. Acertar cada uma dessas contas foi fundamental para que ele pudesse comemorar desta vez. Um campeão completo que só faltava saber acelerar. Mas ninguém é perfeito....

sábado, outubro 10, 2009

Dario, a Tartaruga.


O desenho ao lado é do filme da Disney, a Tartaruga e a Lebre. Em Homestead a última etapa da F-Indy este ano viu a história da fábula se repetir.

OS NÚMEROS
Três décimos de segundo mais lento que os adversários numa pista oval de dois mil e quatrocentos metros é muita coisa. Duzentas voltas depois esse tanto de diferença representa praticamente uma volta que, para os mais rápidos é completada em vinte e cinco segundos. Mas isso só vale se não tivermos nenhuma bandeira.
Mas à cada uma das duzentas voltas ultrapassagens e ajustes no carro, comunicação via rádio com a equipe e com o spoter, que no alto da arquibancada assite e antecipa os problemas.
Como essa pista é o oval de Homestead lemmbramos que seu formato não permite andar o tempo todo de pé cravado no acelerador, já que com vento de rajada o comportamento do carro e a leitura do que é necessário para seu acerto se complica. Assim e a matemática do cronômetro deixa de ser uma ciência exata.

Pois foi assim, construindo volta a volta uma estratégia que Dario Franchitti e sua equipe Chip Ganassi recontaram a história da Lebre e da Tartaruga. Rápidos, Ryan Briscoe e Scott Dixon brigaram por dois pontos de bonificação pelo maior número de voltas na liderança. Dario desistiu dessa estratégia até por não ser afeito a agressividade em ovais. E preferiu contar com a precisão dos cálculos de sua equipe e sua precisão no controle do consumo e do comando num carro que precisou o tempo todo ser ajustado pra manter o terceiro lugar.

"Devagar" o escocês viu as lebres sumirem a quase uma volta de distância até que suas máquinas precisaram de mais etanol. Dario passou a liderar "correndo" num ritmo de volta agora quase meio segundo mais lento que o ritmo das lebres que já retornavam à pista. De olho nos espelhos, com o pé controlando o consumo, Dario viveu as seis voltas finais confiando nos números de sua economia. Deu certo! A tartaruga cruzou ( esbaforida), a linha de chegada à frente das lebres atônitas.

Ryan Briscoe fez o que devia. Liderou o maior número de voltas e venceu na pista a briga com Dixon. Dixon também fez seu papel, cumpriu a estratégia e andou muito forte, sabendo que mesmo sem os dois pontos de bônus teria a vantagem sobre Briscoe no número de vitórias no campeonato. Cinco contra três. Só não contavam, Briscoe e Dixon, que o escocês fosse ficar na pista. Só não contavam que pela primeira vez uma corrida em Homestead terminasse sem a intervenção do pace car. Afinal, nos ultimos dois anos as corridas tiveram três bandeiras amarelas cada. Desta vez, NENHUMA!

A tartaruga deu sorte e Dario é bi-campeão. Bem feito!

domingo, outubro 04, 2009

HAGA LIDERA O MUNDIAL DE SUPER BIKE



O japonês Noriyuki Haga já foi quatro vezes terceiro colocado no campeonato mundial de Super Bikes. Foi duas vezes vice nessa categoria naqual ele estreou em 1996. Neste ano, faltando apenas mais duas corridas para o final da temporada ele está em primeiro lugar, dez pontos na frente da sensação do ano, o norte americano Ben Spies.

Haga estreou neste ano no time da Ducati que tem a melhor moto da categoria há tempos. Saiu do time da Yamaha em busca de uma chance de ser campeão mas enfreta desde o início da temporada a combinação quase perfeita da maquina da própria Yamaha com o talento do texano Ben Spies. Em termos de velocidade ninguém tem dúvida sobre o domínio dessa dupla e de seus méritos pra ficar com o título. Mas Haga é o favorito sentimental. Depois de tanto tentar...mas o japonês está fazendo por merecer a liderança do Mundial, principalmente nas provas da décima terceira etapda do mundial em Magny Cours na França. Haga foi segundo na primeira bateria e venceu a segunda, saindo sempre do quinto lugar no grid de largada.

Poderia ter vencido a primeira pois Spies voltou a mostrar a irregularidade que pode tirar dele o título na sua temporada de estréia. Ele cometeu um bocado de pequenos erros durante a corrida, mas estava liderando com alguma folga pois Max Biaggi segurava o ritmo de Haga, que vinha em terceiro. Depois que Haga se livou do italiano, atacou e na metade da última volta Spies entrou errado numa curva. Por alguns segundos Haga liderou mas o texano se recuperou rapidamente pra vencer quatro curvas depois.

Na segunda bateria a equipe Yamaha mudou a moto de Spies mas o desempenho só piorou e Spies não saiu do quarto lugar, assistindo a vitória de Haga que voltou a liderança do Mundial.

A grande final está marcada para dia 25 de agosto na pista portuguesa de Potimão. Vale a pena acompanhar.

Sem tração e fora do pódio


Valetino Rossi normalmente fala sem problemas sobre suas corridas. Nas vitórias, claro, ele está feliz, mas mesmo nas derrotas ele fala com leveza.
Mas depois deste GP do Estoril em Portugal Rossi estava diferente. O próprio site da categoria reparou no abatimento do italiano oito vezes campeão Mundial. Não é pra menos, Rossi perdeu por mais de 23 segundos de diferença para seu companheiro de equipe Joprge Lorenzo e pela primeira vez desde que estreou na principal categoria, não esteve no pódio da pista portuguesa. Porque?

Rossi se revelou surpreso com sua falta de competitividade por causa da falta de aderência na roda traseira de sua Yamaha. O próprio Valentino disse que no ano passado também não esteve competitivo em Portugal mas neste ano a alta temperatura gerada no pneu traseiro por causa das constantes patinadas, prejudicaram seu ritmo de corrida desde o início.

Valentino está triste com essa derrota surpreendente mas todos os outros pilotos e principalmente os organizadores do campeonato estão felizes. Nas três provas finais o campeonato do MotoGP ganhou uma dose a mais de emoção, já que com a volta de Stoner e com as boas provas que Dani Pedrosa tem feito, é possível ver a disputa pelo título até a última corrida do ano na pista de Valência na Espanha no dia oito de novembro. Com apenas 17 provas no grid ao menos esse atrativo a categoria precisava manter.