quinta-feira, junho 17, 2010

Pneus e aderência 2


Nesta quinta feira o site da revista inglesa Autosport anunciou que a Bridgstone gostou do que viu na corrida do Canadá e já trabalha pra levar para a prova da Alemanha, no final de julho, apenas compostos médios e super macios.
A idéia é manter o nível de segurança mas deixando espaço para estratégias de uso dos pneus que aumentem a emoção das corridas, exatamente como comentamos aqui no último post.
O que vimos no Canadá foi uma corrida como se fosse na chuva, imprevisível, emocionante para público e também para os pilotos. O diretor de desenvolvimento de pneus de motorsport da Bridgestone, Hirohide Hamashima, afirmou que não quer correr o risco de fornecer pneus que criem bolhas, pois elas representam risco para a segurança dos pilotos. "Se pudermos prever com confiaça que os pneus super macios não vão criar bolhas vamos alocá-los para as próximas corridas", disse Hamashima a revista inglesa.
Para a corrida de Valência a Bridgestone já havia se preparado pra levar os super macios, mas vai produzir novos pneus super macios com as informações coletadas na corrida do Canadá. Mesmo sabendo que aquela pista apresenta condições especiais para esses compostos, a fábrica aprendeu muito na corrida.
É que a pista do Canadá é tão lisa que mesmo os super macios não deformavam o suficiente para aquecer com rapidez, principalmente no início da corrida.
Eu espero que eles acertem a receita e façam mais Canadá nas próximas corridas. A gente merece, não?

segunda-feira, junho 14, 2010

Pneus e aderência



Vimos nessa corrida do Canadá o quanto a aderência dos pneus, os compostos utilizados e, claro, a pista, determinam a qualidade do espetáculo para o público e o desafio técnico para equipes e pilotos. Os pneus sozinhos são capazes de refazer a cara de uma categoria!
Por isso as negociações com Michelin, Pirelli e até mesmo a Bridgestone são tão longas e complicadas até.Toda a discussão que cerca a escolha do novo, ou dos novos fornecedores de pneus da F-1 a partir de 2011 é mais que uma simples questão logística ou comercial e de marketing.
Do ponto de vista de Marketing faz todo sentido fornecer os pneus para a F-1. A exposição planetária que se consegue tem alto valor para a imagem da marca. Somente marcas tradicionais e muito bem estruturadas conseguem encarar o desafio logístico e técnico de fazer pneus para os sofisticados carros da categoria. Como todo o mundo sabe disso, ter sua imagem ligada a esse desafio já diz muito do produto que esse fabricante disponibiliza para uso nas ruas.
Para o lado interno da categoria, esse fornecedor pode produzir pneus com determinadas características de construção e compostos que valorizem não apenas o equilíbrio entre os carros e equipes , mas também o desafio técnico de aderência e durabilidade.
No Canadá, os pneus a que fornecidos tinham um deficit importante em aderência e durabilidade. Essa foi a chave do equilibrio da disputa, e mais, da qualidade do espetáculo para o público.
Pista abrasiva na corrida, suja nos treinos e nem precisamos de chuva para ver outra prova interessante na F-`1.
Que a FIA use essa prova de exemplo pra escolher seu novo fornecedor de pneus. Vai ser mais barato fazer as corridas mais interessantes usando os pneus do que elocubrar motores e pesos, asas e alturas que até agora, diga-se, não tiveram o resultado esperado. Pelo menos na relação custo x benefício.

Celso Miranda