quarta-feira, abril 21, 2010

Indy primeira fase

Finalizada a primeira fase da Indy é possível apontar alguns destaques.
Vou começar com o que é obvio: o domínio da Penske. Quatro corridas, três vitórias. E na Penske o domínio de Will Power.O australiano veio mesmo com fome de velocidade e de vitórias. Depois de seis meses em recuperação do acidente sofrido nos treinos em Sonoma, ele assumiu o carro 12 da melhor equipe e desde os treinos de pré temporada foi o mais rápido.
Na São Paulo Indy 300, justiça seja feita, a equipe teve os méritos pela estratégia muito boa depois da paralisação por causa da chuva. Tanto que Will Power venceu uma prova que seria de Ryan Briscoe, esse sim devendo na equipe. Helio Castroneves venceu a prova do Alabama e mais uma vez a vitória veio por causa da estratégia da equipe.
Portanto no caso da Penske, pilotos certos na estratégia correta, igual liderança!

Do outro lado a equipe Ganassi e seus pilotos estão devendo. Pole de Dario Franchitti em São Paulo, depois do domínio de Scott Dixon nos treinos livres, indicavam algo que nunca mais se repetiu. Na corrida a equipe errou na estratégia e depois seus pilotos ficaram pelo caminho. O melhor resultado foi no Alabama com segundo e terceiro lugares logo depois do Helio. Pouco pra quem sempre andou bem. Vamos ver nos ovais se eles respondem.

E quem está subindo de produção é a Andretti. Ryan Hunter-Reay é o terceiro na tabela depois das três primeiras corridas, mas colado em Helinho: 130 a 129. Reay quase venceu a corrida de São Paulo, mas Will Power estava mesmo muito rápido naquela tarde. Ele ganhou em Long Beach sobrando na pista. Tony Kanaan estava mesmo precisando de um companheiro de equipe a altura pra fazer desenvolvimento dos carros,acertar nas corridas e achou. Esse é dos bons, mas Hunter Reay não tem patrocínio para toda a temporada. Vamos ver como fica.

Isso tudo, porém era mais ou menos esperado. O que não podia prever era surgir na Indy uma piloto como a Simona de Silvestro. Estou impressionado com ela pois essa suíça de 21 anos está sozinha na equipe HVM, que não é nenhuma Penske, e está conhecendo o carro da Indy agora. Mesmo assim tem velocidade pra encostar nos dez primeiros em cada treino. Acelera muito e consegue melhorar o carro nos treinos. Algo difícil de fazer e que mostra que ela tem inteligência, preparo anterior e muita habilidade pra conduzir o carro. Acho que ela vai vencer a sua primeira corrida antes da Danica vencer a segunda vez.

Ainda aposto em vitória do Mario Moraes este ano, outro lance mágico do Vitor Meira, como o terceiro lugar na São Paulo Indy 300, e mais consist6encia do Mario Romancini que caiu, com a equipe, de produção depois da corrida de estréia. Acho que a equipe Conquest deveria ter um segundo carro mas não com outro estreante como o Ramancini.

A dupla Rafael Matos, piloto, e Gil de Ferran, chefe de equipe, ainda não entregou o que parece ser a formação mais promissora da Indy. Mas ainda temos muita corrida pela frente. Essa é só a primeira fase. Que venham os ovais!

segunda-feira, abril 12, 2010

Fiel ao Plano

Helio Castroneves venceu no Alabama porque se manteve fiel a um plano traçado antes da corrida. Manter o baixo consumo e fazer apenas duas paradas para reabastecimento e troca de pneus. Deu certo. Vinte e três vitórias nos EUA, dezessete delas na IRL. Trabalho de equipe, evidente.
Mas nós sabemos o quanto é difícil se manter fiel a um plano. Desde aquelas famosas resoluções de fim de ano até a corriqueira agenda do dia. Manter o planejado diante de tantas solicitações, de tantas informações novas que pintam a todo instante, nos deixam atônitos e até em dúvida quanto ao que programamos antes. Um ano inteiro de distrações, um dia todo de novas chamadas telefônicas e pedidos e informações. Um ano todo de festas e lamentações, crises e cerimônias. ë mesmo difícil.
Mas o que dizer das noventa voltas de uma corrida?
Pelo menos três grupos de pilotos em estratégias diferentes, em planos que pareciam ser mudados à cada volta sem ultrapassagem ou melhor, à cada volta sem ultrapassagem sobre Milka Duno...
Tim Cindric, presidente da Penske e estrategista de Hélio, percebeu muito bem o potencial de seus pilotos e traçou para o brasileiro o roteiro ideal para o piloto que não era o mais rápido da pista, mas que tem uma capacidade incomum de mantem um ritmo de corrida.
Nem Hélio nem Cindric se incomodaram em ser ultrapassados em um ouo outro momento da prova, sabiam que o plano maior, a vitória, estava baseada num ritmo de consumo de combustível e na percepção de que na pista de Barber poucas seriam as bandeiras amarelas.
E de quebra nos deram uma bela dica para nosso dia a dia: Gastar mais tempo no planejamento, na observação do ambiente, antes de sair por aí antendendo as demandas imediatistas. Um plano bem feito tem de ser mantido.
Parabéns Tim, Parabéns Hélio, e obrigado pela aula.

segunda-feira, abril 05, 2010

Dilema?


Carros de rua são cada vez mais ferramentas de transporte. E à cada dia a indústria automobilística trabalha pra fazer carros mais fáceis de usar, cada vez mais automáticos e mais simples de operar.
E os carros de corrida?
A F-1 sempre trabalhou nas soluções de alta tecnologia para a competição e influenciou a industria. Uso de materiais exóticos, desenvolvimento dos motores sobre alimentados, combustíveis mais eficientes, lubrificantes, pneus, enfim, tudo que um carro de rua depois passou a usar.
Até o ano de 1993, quando a Willians tinha um carro praticamente automático, o uso da eletrônica era liberado. Os carros tinham controle de tração, com suspensão ativa ( lia o piso a frente do carro e ajustava a altura da suspensão), cambio automático de tal forma que o mapa da pista era instalado e as marchas entravam de acordo com o ponto da pista em que o carro estava. Era quase impossível errar. Nigel Mansel foi campeão com um carro assim em 1992 e Alan Prost no ano seguinte. Ou seja até 1993 a F-1 influenciou e direcionou o trabalho da industria automobilística. Lembra do acionamento das marchas na Ferrari de 1989? Borboletas atrás do volante que hoje temos em carros "normais".
Depois disso os carros da F-1 "voltaram" a ser mais manuais, um esforço crescente da FIA para devolver ao piloto a condução do carro. Devolver ao piloto ao comando significa afastar os carros de corrida do que se busca para os carros nas ruas e estradas.
Hoje mesmo é possível ver sistemas de leitura das faixas no asfalto avisando o motorista e até parando o carro se este for sair da pista. Temos sensores de posicionamento, rastreadores, GPS, centralinas cada vez mais protegendo o funcionamento do motor, controle de tração e estabilidade, freios ABS cada vez mais inteligentes, ou seja, carros mais fáceis de conduzir, quase a prova de erros.
Essa filosofia da indústria tem a ver com a segurança.
Já nas corridas, apesar de buscarmos e querermos segurança, temos também a necessidade de têm de emoção, de show, de ultrapassagens. Uma corrida têm de envolver riscos e velocidade para motivar os pilotos e separá-los em função de suas capacidades. O talento tem de aparecer.
O equilíbrio entre a tecnologia e o espetáculo é difícil de fazer. Por isso a volta do KERS na F-1 é, na minha opinião, importante.
Reaproveitar a energia das frenagens é o mínimo que a F-1 pode fazer. E mesmo o KERS não é novidade na industria automobilística. Carros mais caros já usam o sistema mas a F-1 pode ajudar no desenvolvimento do sistema, tornando-o, por exemplo, mais leve.
Se não for assim, como fica a imagem de alta tecnologia que a F-1 sempre pregou? Não existe mais, não é necessária? Automobilismo é só ferramenta de marketing pras montadoras e outras empresas participantes?
Opine.