segunda-feira, agosto 31, 2009

Sete milésimos


Apostei em Scott Dixon e ele está agora em terceiro lugar na Indy. Foram duas provas. Em Sonoma veio o décimo terceiro lugar depois de ser tocado e rodar logo no início da etapa e em Chicago segundo lugar enquanto os adversários venceram uma prova cada. Ok, parece que não acertei a mão, ou tenho o poder de "secar" o observado....Pode ser.

Mas a Indy ainda tem duas corridas pela frente e o tempo suficiente pras coisas mudarem.

Tanto é verdade que o cara que mais caráter de vencedor mostrou nessas duas corridas foi mesmo o atual lider, Ryan Briscoe. Um cara franzino, de sorriso tímido e que apesar de ter andado em carros bons, nunca foi o "marvado" que um vencedor sabe ser. Tudo tem hora e lugar, afinal. Briscoe tem mostrado isso.

Em Sonoma, sem carro pra dar o bote, se segurou pra fazer mais um segundo lugar. Em Chicago recuperou se de um erro ao fazer o segundo pit. Briscoe parou fora das marcas que os pilotos têm de acertar. Desse jeito a mangeira de reabastecimento ficou esticada, num ângulo que prejudicou o encaixe no bocal do tanque de combustível. Segundos preciosos se foram e Briscoe retornou á pista no meio do pelotão, onde a briga era feia, com até três carros lado a lado, de volta para a vitória.

Venceu por sete milésimos de segundo, a quarta vitória mais apertada da história da Indy! Tiro a chapéu pra ele pois o tempo todo, dez voltas, o australiano veio pela linha de fora e insistiu muito pra conseguir vencer.

Mas o segundo colocado foi Dixon e nas duas próximas corridas, mesmo sem ter nelas o melhor dos históricos, acho que o neozelandês ainda se recupera.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Helio e Tony, Tony e Helio




Pilotos brasileiros quando estão fora das pistas são amigos inseparáveis. Se a programação é balada eles estão juntos, se é pra treinar de kart ou ainda fisicamente de bicicleta ou academia, lá vão eles juntos. Uma diversão eterna.
Mas quando o negócio é corrida, a gente logo espera uma dose a mais de competitividade, de combatividade e, se precisar, até mesmo de batidas entre os brasileiros.

Se isso vale pra quaisquer brasileiros em qualquer categoria, não importa o tempo que passaram disputando algo, imagine o caso de Tony Kanaan e Hélio Castroneves. Os dois sempre foram referência e estímulo um para o outro. Uma relação que ultrapassa e muito os limites das pistas, pois desde a infância eles disputam e viajam juntos. Suas famílias conviveram quando os dois ficavam um na casa do outro em quando nas competições em São Paulo ou Ribeirão Preto. O que eles tiveram naquela fase era coisa de irmãos. E como bons irmãos naquela fase também disputavam a atenção das garotas. Não faltavam motivos para que os dois fossem inseparáveis duelistas!

Hoje Tony Kanaan e Helio Castroneves sabem que a rivalidade que desenvolveram foi importante na evolução técnica deles. Apesar de anos competindo e evoluindo como pessoas e pilotos, eles ainda se sentem como os garotos que disputavam frenagens nos kartódromos brasileiros. Não importa se hoje estão acelerando a mais de 350 km/h. É como se mais que uma corrida da Indy eles disputassem um campeonato à parte. Não sei se eles guardam ou marcam as disputas que tiveram, mas o fato é que quando eles estão próximos numa prova todos sabem que vai sair faísca!

No último domingo em Sonoma na Califórnia Tony e Helio mais uma vez se encontraram. A disputa entre eles não valia muita coisa na pista, ou no campeonato, mas não deu outra. Tony vinha mais rápido e ignorou a entrada apertada da chicane e Helio ignorou o possível ataque pra fazer sua linha normal naquele ponto da pista, fechou a passagem. Bang!

O choque acabou com as já pequenas chances de Hélio na corrida pois seu carro decolou nas rodas do carro de Tony. Poucas voltas depois a suspensão dianteira esquerda do Penske número 3 se quebrou na entrada de uma curva. Helio foi pra fora da pista onde ele venceu a prova do ano passado. Tony também acabou prejudicado e não foi além de um oitavo lugar na pista onde venceu em 2005. Depois da prova os dois se falaram rapidamente sobre o encontro na chicane. Tudo normal, acidente de corrida, acidente entre pilotos que se conhecem e sabem que nenhum deles cederia.

Eu me divirto quando vejo os dois porque é como se eu visse os dois lados de uma mesma moeda, dois irmãos querendo a mesma coisa das pistas: chegar na frente, ser o primeiro, ser o mais rápido. E como não dá pra ganhar todas, pelo menos ficar na frente do irmão já é uma vitória. A Indy com Tony e Hélio é diversão garantida.

sábado, agosto 22, 2009

Ponto cego e piloto sem treino

Logo depois da pequena reta dos pits em Sonoma na Califórnia, uma curva para esquerda em subida. La no alto começa uma coutra curva para a direita e depois dela uma lombada. A saída da curva é cega e na área de escape só terra.
Foi alí que Nelson Phillipe rodou no carro 34 da equipe Conquest.
Já um carro que faz bem a volta e tem equilíbrio, como um carro da Penske sempre tem, entra na lombada acelerando e não tem mesmo tempo pra escapar de uma batida em alguém parado por alí. Foi assim que Will Power bateu no carro do francês.

Andei naquela pista em 2005. Toda a equipe da Band no carro alugado e demos algumas voltas. Pista difícil de acertar o traçado por causa dos vários pontos cegos e, pior, não há área de escape limpa. Só poeira, terra, um verdadeiro rally pra quem sai da estreita faixa de asfalto. Um piloto sem atividade como Phillipe deveria mesmo demorar um pouco mais pra se aclimatar com o ambiente da Indy, com o carro pesado, sem assitência hidráulica ou elétrica na direção, e ainda com esse traçado de Sonoma com apenas um treino livre antes da classificação. Mal escolhido o lugar para o piloto francês voltar.

Nesse sentido tanto a F-1 quanto a Indy tiveram na pista pilotos sem o devido treino e até competência. Phillipe em Sonoma e Badoer na mítica Ferrari, em Valência. Phillipe está no hospital hoje com fratura exposta no pé esquerdo acompanhado por Will Power que o acertou no meio. Torço pra que Badoer fique mais á vontade na pista espanhola e vá pra casa sem qualquer susto amanhã. Tanto ele quanto os outros dezenove pilotos

Veja no Youtube

Huge Practice Crash 2009 Motorola Indy 300 - Will Power, Nelson Philippe and Ernesto EJ Viso

segunda-feira, agosto 17, 2009

On board num carro de rally


Motos e rallies. Nesses esportes, já afirmei várias vezes nos programas que faço no Bandsports e nas radios Bandeirantes (pole position sábados das 13 às 14 horas) e MIT FM( sábados e domingos às 10 da manhã), que estas são minhas paixõe. Nas motos porque uso diariamente e porque tive o prazer de fazer parte da geração que ia para as trilhas onde hoje tanta gente mora, Alphaville e Tamboré, além de ter andado muito na Serra do Japi em Jundiaí.


Trabalhei em revista especializada e cobri centenas de eventos e o diferencial no motociclismo é que nele você vê o atleta, percebe o quanto ele atua pra conseguir tal desempenho. Velocidade, cross ou ainda cross country o piloto tem muito mais participação no resultado.Dizem que de at;e 70 por cento. Não duvido.


Nos carros o Rally é fascinante porque coloca o piloto comandado por outra pessoa, o navegador, que "avisa" o que vem por aí. E ele decide em fração de segundos, improvisa, coloca o carro onde quiser acreditando numa ínfima aderência dos pneus. Sebatien Loeb, que gênio!


No último final de semana fui até Ribeirão Preto registar a quinta etapa do ano da Copa Peugeot de Rally onde carros projetados para andar na rua recebem suspensões especiais, gaiola para segurança e um jogo de pneus para rally. E lá vão eles pro "trecho". Vinte e cinco carros vendidos a precos subsidiados e até com financiamento. O carro custa cinquenta mil reias.Com o carro o piloto ganha macacão pra ele e para o navegador e ainda conta com serviço de transporte gratuito para todas as etapas do ano. Isso é que é baixo custo!

Nomes como Rafael Tulio, campeão sulamericano, ou o experiente Luis Facco aceleram ao lado do garotos como Lucas Arnone e Gabriel Morales que pelo que tocam, têm grande futuro no esporte. Lucas como piloto e Gabriel na navegação.


Mas além desse contato direto com a poeira nos quase 118 km divididos em seis especiais, a Peugeot proporcionou dois cursos para jornalistas. O primeiro de condução na terra de um carro de tração dianteira e o segundo foi de rally. Com as dicas do piloto Tino Viana pudemos experimentar um 207 preparado para rally em apenas duas voltas numa pista improvisada. Apenas, porque o gosto de quero mais já provocou uma noite mal dormida e muitos planos de tentar voltar a acelerar. Moto no dia a dia e rally em oito provas no ano....nada mal....


domingo, agosto 16, 2009

Rossi e a ausência de Stoner.



Mais uma vitória de Valentino quando mais se esperava por um sucesso de Jorge Lorenzo. Mas o espanhol caiu quando foi pressionado. O vídeo está no tazio.com.br. Agora o trabalho de Valentino foi facilitado com os 50 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o próprio Lorenzo. Mas a grande novidade pelos lados do MotoGp é a necessidade da Dicati ter de buscar um novo piloto para a sua primeira moto. Stoner fora por três provas para...descansar. O garto de 23 anos está com energia de um senhor de 55 anos. É por isso que ele cansava nas provas. Parado vai passar por mais exames pra saber as causas dessa perda de energia.

E a Ducati dá lugar para Mika Kallio e Michel Fabrizio, dois jovens pilotos mas que ainda demoram pra pegar a mão da moto de Stoner. Sim, a moto de Stoner. Porque tudo que foi feito na fábrica de Bologna desde que o australiano chegou alí, foi para e por causa de Stoner. E por mais que seus companheiros de equipe pedissem mudanças na máquina, só a vontade de Stoner foi atendida.

Sem Stoner a moto ficou nas mãos do americano Nicky Hayden. E em Brno, enquanto Kallio lutou com Melandri até cair no final da prova, o americano pode desfrutar de uma moto mais do seu jeito pra fechar a prova em sexto lugar. Deve estar feliz o simpatico campeão mundial de 2006.

A exemplo do que já vimos em outras equipes e em outras modalidades do esporte a motor, uma equipe, uma fábrica, deve mesmo ter alguém para quem direcionar seu trabalho. Schumacher e a Ferrari mostraram recentemente essa receita de sucesso. Mas no caso do motociclismo o favorecimento de uma pilotagem tão " excentrica" quanto a de Stoner, fez da Ducati uma equipe, ou fábrica de um só piloto, uma só moto.

Que o tratamento de Stoner dê a Ducati tempo para construir algo mais compatível com a equipe que se dedica para ser mais que apenas uma coadjuvante vermelha no passeio atual das máquinas da Yamaha. Reparem que Valentino chegou onze segundos a frente da Honda Dani Pedrosa, o segundo colocado em Brno.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Scott Dixon?




Faltam quatro provas para o encerramento do campeonato da F-Indy e três pilotos podem chegar ao título. Scott Dixon, Ryan Briscoe e Dario Franchitti.
Matematicamente Helio Castronevesainda estaria nessa briga, mas depois do décimo segundo lugar em Mid Ohio e pelo sistema de distribuição de pontos da Indy não acredito que ele consiga tirar a diferença. São 101 pontos.

E dos que disputam o título aqui vai meu favorito,
Scott Dixon!
Não apenas pelo que ele mostrou ate aqui no campeonato, mas pelo que ele mostrou nos últimos três anos. Dixon foi vice em 2007 quando perdeu por pouco para Dario Franchitti e no ano passado dominou. Este ano o equilíbrio de forças coloca agora dois pilotos da Chip Ganassi e um da Penske na briga mas Dixon parece estar mais preparado pra ser campeão. Inteligente, sabe executar com perfeição as estratégias montadas por Mike Hull, elemento chave das vitorias e desse possível título, o terceiro do já recordista de vitorias na Indy com 20 triunfos.

Dia 23 de agosto eles correm em Sonoma na Califórnia onde Dixon fez a pole em 2006 e venceu em 2007. Em Chicago( dia 29/08) o neozelandês nunca venceu, mas tem quatro segundos lugares sendo três nos últimos três anos. No ano passado ele foi para o pódio como vencedor, mas depois de revisar as imagens e registros da chegada algumas vezes a direção de prova percebeu que Helio havia vencido por apenas três milésimos de segundo.
No Japão( dia 19/09) o histórico de Dixon mostra apenas um terceiro lugar no ano passado como melhor resultado. Em Miami, sede da ultima corrida, Dixon venceu em 2003 e no ano passado, exatamente quando conseguiu seus titulos.

Mas melhor que olhar para o passado é perceber o momento desses pilotos. Se essa seqüência de corridas finais fosse acontecer no espaço de um mês, com pressão máxima, apostaria ainda mais no Dixon. A tocada dele em Mid Ohio foi perfeita!
Como o campeonato só acaba na prova de Homestead, dia 10 de outubro, outros fatores podem entrar na conta e fazer Briscoe e Franchitti mais fortes na briga. Mesmo assim, aposto no neozelandês. Cabeça fria e concentrado, acho que ele este ano iguala os três títulos de Sam Hornish Jr. pra depois, quem sabe, dar uma de Valentino Rossi mudando de equipe pra buscar um quarto triunfo.

Gil de Ferran que revelou seus planos de montar um time na Indy em 2010, sempre rasga elogios para o neozelandês diz que Dixon. Dixon já pilotou pra ele na ALMS e poderia ser sondado para a missão de comandar o novo time. Alguém pode dizer que trocar time grande por time pequeno é mau negócio, mas quem é que disse que Gil vem pra Indy com outra coisa na cabeça que um título? E logo.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Novidades aprovadas


Tudo funcionou perfeitamente depois das novidades tecnicas disponibilizadas para as equipes da F-Indy. Se nas provas de Iowa e Richmond as corridas foram ruins em emoção pela falta de ultrapassagens, disputas, desta vez a Indy retomou suas características básicas com brigas o tempo todo. O "Press/push to pass" funcionou para defesa de colocações e ultrapassagens. O pacote aerodinâmico e os novos compostos de pneus trabalharam para dar condições de aproximação entre os carros e disputas lado a lado como aquela que definiu a corrida.

A briga entre Ed Carpenter e Ryan Briscoe foi de arrepiar porque os dois balançaram os carros lateralmente durante dez voltas tentando intimidar um ao outro e no final a vitória de Briscoe foi por apenas 0,0162 segundos. Os cinco primeiros chegaram num intervalo de sete décimos de segundo!

Os pilotos elogiaram mesmo tendo pouco tempo pra se preparar para a corrida em Kentucky, já que a chuva e a umidade da pista permitiram apenas um treino antes da prova. Aliás esse pouco tempo de treino também contribuiu para essa disputa tão intensa e até pela presença de Ed Carpenter na ponta. Não fosse a batida nos pits, Mario Moraes também estaria na briga pela vitória.

Agora é apostar que esse novo pacote esteja afinado também para a corrida do próximo final de semana, em Mid Ohio, circuito misto que recebe a décima terceira corrida do ano. O maior desafio ali para as equipes é, na verdade, com a escolha das marchas por conta do "press ou push to pass".